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O que os pais precisam saber para educar os filhos hoje

 

Há diferença entre os sexos? Entre os gêneros? Numa edição atualizada de Por que gênero importa? Leonard Sax (LMV, São Paulo, 2019), autor best-seller, expande nosso entendimento através de pesquisas que demonstram que nossas diferenças além de culturais são biológicas, e como tal, devem ser levadas em consideração ao educarmos nossos filhos. Para objeções quanto a referências citadas ao longo da obra, de início já indico a compra do livro e a conferência dos artigos, livros, estudos citados ao final de cada capítulo.

No capitulo dois, Olfato, visão e audição, o autor mostra pesquisas que diferenciam o olfato feminino em 100 mil vezes mais apurado em partes do que o dos homens, mesmo repetindo os testes, os homens não demonstraram melhora na percepção dos odores a que foram expostos, isso é causado porque mulheres tem mais células no bulbo olfatório em todas as suas especificidades, as mulheres ganham quando se trata de sentir cheiros que homens não sentem. Então da próxima vez que um parente do sexo masculino não sentir odores, explique para ele a diferença na capacidade olfativa entre homens e mulheres e peça para que ele resolva o que tanto lhe incomoda, pode ser que ele tenha que tomar banho, limpar o quarto, tirar uma meia suja, algo do tipo, mas que já é suficiente para deixá-la mais satisfeita em relação ao cheiro em redor. 

Ainda no mesmo capitulo o autor expõe o fato de os homens serem menos sensível ao som do que as mulheres de modo geral, por isso quando falar com homens não grite, mas compreenda que eles precisam que você fale mais alto se quiser ser compreendida. Sobre o tema visão, os estudos mostraram que meninas e mulheres são mais detalhistas e gostam de cores em seus desenhos e produções, os meninos e homens preferem expressar ação, movimento, não necessariamente se prendem a cores e detalhes e isso deve ser entendido como normal porque se adequa biologicamente ao sexo como o autor mostra nos estudos citados.

 O capítulo três, Risco, traz resultados de testes feitos que demonstram o prazer do sexo masculino pelo risco e de como homens e meninos competem entre si sem que seja necessária uma razão objetiva, mesmo não podendo explicar como surgiu, os testes demonstram sem dúvidas que meninos morrem mais que meninas, se machucam porque assumem riscos que as meninas não estão dispostas a assumir mesmo quando são incentivadas. O autor orienta pais e responsáveis para que coloquem limites claros e até físicos na educação dos meninos visando a proteção de suas vidas já que eles tendem a subestimar os riscos e superestimar qualidades individuais.  Na educação de meninas, os pais devem incentivar de forma objetiva para que elas corram riscos, como subir em árvores e participar de atividades que tragam algum tipo de tensão como falar em público, isso é o que ele chama de treinar a ousadia.

No capitulo quatro, Agressividade, o escritor nos mostra que meninos e meninas são diferentes na sua forma de agressividade, meninos brigam mais, porém rapidamente conseguem esquecer e voltar a amizade comum, meninas brigam menos, no entanto guardam ressentimentos e terminam findando amizades devido o desentendimento. De forma geral, em todas as espécies, os machos sempre demonstram comportamento mais agressivo que fêmeas, o que não quer dizer que seja ruim, segundo os estudos apresentados na obra, as brincadeiras agressivas entre machos ajuda a regular a relação de competitividade e sobrevivência da espécie. 

Críticas são feitas a abordagens que não consideram as diferenças biológicas na educação de meninos e meninas, brincadeiras simples entre garotos são vistas como perigosas e não são toleradas em muitas escolas, o autor advoga que menos brincadeiras “violentas” resultam em adultos violentos de verdade, brincar ao ar livre de polícia e ladrão é bem menos violento que passar horas na frente de um jogo em realidade virtual atirando e vendo sangue escorrer de forma quase real. O fato é que meninos tendem a ser mais agressivos e precisam ter sua força e agressividade voltada para coisas construtivas como esporte, trabalhos difíceis, etc. A agressividade entre meninas pode aparecer em forma de exclusão social, deboche, questões que devem ser encaradas com seriedade por parte dos pais porque podem resultar em depressão, assim o autor deixa a dica, se sua adolescente está enfrentando situações de agressividade velada na escola, tente colocá-la em contato com outros grupos de meninas através de novas atividades e em casos extremos, mude-a de escola.

No capítulo cinco, Escola,  o autor mostra a diferença entre o modo de aprendizagem entre meninos e meninas, eles são diferentes e aprendem de modo diferente, mas se incentivados e ensinados de forma adequada, tanto meninos quanto meninas podem ter interesse por qualquer matéria, vai depender do ângulo que se aborda, ele dá exemplo com a matéria de física, de modo geral temos mais meninos estudando física que meninas, mas em escolas só para meninas, todas estudam física avançada e se saem tão bem quanto os meninos, o autor mostra que a abordagem pedagógica é outra, a professora começava o ano letivo falando de luzes e ondas o que na prática era mais chamativo para meninas que iniciar pela tradicional física cinética. 

Ainda no mesmo capítulo, o escritor chama nossa atenção para o fato da alta taxa de crianças sendo medicadas por apresentarem comportamento atípico, ele orienta que se estude cada caso e veja se o modo de educação tanto em casa quanto na escola está adequado ao gênero, a idade e os interesses da criança. O pesquisador diz coisas simples, mas que estão na contramão de tudo o que ouvimos sobre aprendizagem infantil, como o fato de não observarmos, nem respeitarmos o tempo de cada criança para desenvolver a leitura, se exigimos das crianças coisas que elas não estão preparadas para desenvolver, a frustração será em conjunto, o que tirei como aprendizado é que ensinar não é uma questão de acompanhar o que se dita nas escolas, nem nessas comparações loucas de reality show, devemos respeitar o ritmo de aprendizagem e adotar estratégias que se adequem ao que pode ser desenvolvido por nossas crianças. Antes de acreditarmos em diagnósticos apressados sobre TOD, TDHA, TEA, precisamos analisar nossas práticas pedagógicas e familiares. Se sua criança não tem limite, atenção, afetividade, de forma adequada, não dá para culpar apenas “doenças e síndromes”.

Sexo é o tema

No capítulo sete, Drogas e álcool, Leonard Sax salienta as diferenças entre meninos e meninas com relação aos porquês de ambos os sexos usarem entorpecentes, as meninas geralmente usam por questões relacionadas a autoestima, não aceitação por parte dos grupos, comparação com outras meninas, etc. Os meninos geralmente usam para se sentirem viris, importantes, pelo prazer de correrem riscos, o que deve levar os pais a agirem de forma diferente com ambos, meninas precisam de formas sadias de exercícios e acompanhamento para se desestressar, devem ter suas habilidades reconhecidas; os meninos devem ter limites claros acompanhados de ações efetivas como castigos para que entendam que suas ações terão consequências, ambos devem ser acompanhados, devem saber que são assistidos, não estão sozinhos, ambos devem ter limites claros, ambos devem receber exemplo dos pais, não devem ser comparados e devem ter suas habilidades e limites respeitados. 

O capítulo oito, Redes sociais e videogames, é um dos capítulos mais importantes da obra, nesse trecho do livro o autor chama a atenção dos pais para sua responsabilidade quanto ao monitoramento e acesso a redes sociais pelos filhos adolescentes. A primeira questão relevante é que meninos e meninas usam as redes para fins diferentes, meninas usam para se expor e se comparar com outras meninas, meninos usam para mostrar o sucesso em alguma coisa que fazem ou para ver fotos de meninas, o fato é que meninas estão mais propensas a ter depressão pelo tempo de exposição a telas do que meninos principalmente em redes sociais. 

Para as meninas, o autor aconselha aos pais que sempre conversem sobre as fases da vida, que nem tudo que está nas redes é verdade e que as pessoas filtram cuidadosamente o que postam, a vida é uma mistura de tristeza e alegria, nas redes, as pessoas só postam a parte boa. É claro que só conversar não adianta, coloque o controle da familia (Family link no play store) no celular do seu adolescente e limite o tempo de uso das redes, 20-30 minutos é suficiente. Limite seu tempo também, não dá para cobrar sem ser exemplo. 

Outro conselho de ouro, tire as telas dos quartos, as telas devem estar em espaço comum da casa, evita pornografia, pedofilia, ideologias absurdas, jogos violentos e você como pai e mãe acompanha o que está sendo vivido virtualmente. Meninos podem trocar o mundo real pelo virtual através dos jogos, o que pode acarretar em não realizações pessoais como interação pessoal, amizade, esportes, namoro, profissão, etc; de todo modo, horas no vídeo game não trazem nada de construtivo para o jovem comum. A questão é que tipo de pessoas estamos formando em nossas casas, meninos e meninas mal preparados em casa serão despreparados como pais, como funcionários, como cônjuges, é uma educação que deve ser plantada na infância de forma intencional se quisermos bons filhos ou pelo menos pessoas responsáveis no futuro.

Não conformidade de gênero é o título do nono capítulo, discussão bem polêmica porque ouvimos muito que crianças com inconformidade de gênero devem ser aceitas e atendidas, a polêmica já começa com a palavra conformidade/inconformidade de gênero, o que o autor advoga é que há comportamentos comuns, normais para cada gênero e isso vem de forças biológicas e sociais, há meninos que apresentam comportamentos e gostos mais femininos por questões sociais (falta de interação com outros homens) e por questões biológicas CAG (citosina, adenina e guanina) com muitas sequências no receptor andrógino tornam o menino menos masculino, o que não quer dizer que isso o torna homossexual. 

O fato é que meninas com comportamento mais masculino muitas vezes se saem melhor e agem de forma mais feminina quando desejam sem nenhum embaraço social, no caso do menino mais feminino, as consequências se complicam, porque o mundo masculino é mais competitivo, mais agressivo e se você tem um adolescente menino que prefere dança e poesia, além dele não se encaixar no universo masculino dos grupos escolares, individualmente ele pode ser mais introvertido, mais medroso, o que pode impedi-lo de vivenciar experiências importantes, como andar de bicicleta, jogar em um time, etc. Se você como eu acha importante a vivência dessas experiências, o autor aconselha a começar desde cedo a incentivar e levar esse menino mais feminino para estar em companhia de figuras masculinas, participar de brincadeiras que exijam mais coragem, o que vai melhorar a autoestima desse garoto e seu entrosamento em grupo.

Mas, como fica a questão homossexual, isso é o que vai ser tratado no décimo capítulo, Lésbicas, gays e bissexuais. Neste capítulo, o autor salienta o fato de que homossexuais e heterossexuais possuem algumas questões em comum, preferem parceiros mais jovens, se interessam por sexo casual e ambos se excitam com amostras de seus objetos de desejo, o que fica claro nas pesquisas e estudos citados é que existem homossexuais, heterossexuais e uma parcela muito pequena de bissexuais entre as pessoas do sexo masculino. No caso das mulheres, o autor cita uma maior transitoriedade entre as preferências sexuais, segundo mostrado, as mulheres se interessam antes por questões emocionais e relacionais que propriamente por sexo, o que pode fazer com que elas sejam propensas a ir para a cama com outras mulheres caso estejam emocionalmente ligadas a elas.

O capítulo mais polêmico da obra para mim é este: Intersexuais e transgêneros, nele o autor mostra com exemplos, estudos, pesquisas que transgênero não é uma variação do normal visto que precisam de intervenção profissional, diferente de gays e lésbicas, transgêneros precisam de tratamentos com hormônios e até cirurgia de mudança de sexo para viver de acordo com o papel do sexo oposto. O que fazer com crianças que querem viver o papel do sexo oposto? De 139 meninos que na infância insistiam que eram meninas presas ao corpo de meninos, apenas 12% ainda se sentiam assim na adolescência ou na idade adulta, ou seja, 88% deles não precisaram de suplementos hormonais ou de cirurgias, alguns se tornaram gays, outros heterossexuais, mas permaneceram como homens biológicos. Resumindo, antes de intervir com hormônios, vestir sua criança com roupas do sexo oposto leve-a para grupos de diversos tipos de meninos e meninas, como exemplo, meninos podem gostar de dança sem serem meninas, meninas podem gostar de luta sem serem meninos, apresente esportes, atividades culturais, religiosas, o importante é não tomar decisões precipitadas, você acha mesmo que uma criança de quatro, cinco anos conhece a própria sexualidade o suficiente para escolher ser transgênero? 

Não há estudos a longo prazo que mostrem o quanto as crianças atendidas em seus desejos infantis estarão realizadas e felizes em suas vidas adultas, pelo contrário, os índices de depressão são maiores em grupos de transgêneros. A ideologia da afirmação de gênero em nossa sociedade triunfou sobre a realidade, se um menino lhe diz que deve usar vestido, a sociedade lhe manda comprar e iniciar uma transição de gênero sem se importar com o futuro dessa criança, sua saúde mental e física, além de excluir do debate todo e qualquer estudo ou intelectual que discorde desse acordo politicamente correto. Não esqueçamos que assim como a questão do aborto, a transição de gênero está revestida de somas imensas de milhares de dólares em medicamentos, ongs, movimentos sociais, pseudointelectuais e etc.

Capitulo doze, O equívoco masculino/feminino, é um dos capítulos que mais gostei, você não pode ignorar o fato de que 99,98% dos humanos são homens ou mulheres e que devemos ensinar, reforçar, o respeito mútuo, mas não podemos fazer isso negando as diferenças de gênero, pelo contrário, devemos reafirmar a diferença entre os gêneros para que vivam de forma respeitosa em sociedade, minha filha precisa entender que não precisa e não deve se expor em boates e sites para parecer legal e meu filho precisa entender que uma moça bêbada não tem consciência para consentir um ato sexual, ele deve respeitá-la, ele deve saber que esconder as provas de um estupro não apagam o crime. 

Não falar sobre as reais diferenças entre os gêneros traz como consequência um maior número de mães solteiras na medida em que os papeis de pai/provedor já não é ensinado em casa e na escola, o número de crianças por família e divórcio tem aumentado porque mulheres e homens não reconhecem a importância de seus papeis sociais, como não aprendem em casa e nem na escola, os meninos encontram na pornografia o modo como devem tratar as mulheres e as crianças, por isso a cultura do estupro e da pedofilia só aumentam os números de homicídios e abusos.

 Se você tira bases sólidas como pesquisas, autores sérios e coloca no lugar ideologias vazias tudo ao redor desmorona, é incoerente dizer que não existe diferença de gênero e exigir que um homem respeite uma mulher que lhe dá um soco na cara ou dizer que uma criança de cinco anos é transgênero já que o gênero é construído socialmente. Sem orientação de papeis sociais sadios, mulheres se objetificam e homens usam sua força para machucar ao invés de sustentar e cuidar. Precisamos sim ensinar os meninos a serem cavalheiros e as meninas a serem damas. Faça isso na sua casa, escolha com cuidado a escola em que seu filho vai passar a maior parte do tempo, leia com eles, leia para eles, ensine a prática de uma religião, ensine o menino a ser homem, seja homem, ensine a menina a ser mulher, seja mulher. A educação de nossos filhos não pode ser terceirizada para escolas e projetos sociais dirigidos por ideologias danosas a nossa família e sociedade. Compre esse livro, leia, confira os estudos citados e empreste para o maior número de pessoas, é imprescindível que pais e mães estejam alertas.

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