Ouvi a Dr. Ana Beatriz (psiquiatra famosa no Brasil) dizer que se você
prestar atenção ao que as pessoas fazem, você não vai se frustrar com elas, não
será enganado. Minha mãe sempre me disse: “quem faz um, faz um cento, assim
tenha cipó e tempo”, isso vale para a fabricação de cestas, também serve para
conhecer os relacionamentos humanos.
Durante muito tempo, eu dei segundas, terceiras chances para quem já me
feriu “repetir a dose”. Diziam que eu não prestava, concordo, se eu prestasse
muitas pessoas e ações que foram toleradas durante anos, teriam sido cortadas
pela raiz da minha vida. De tanto apanhar, aprendi, as pessoas não mudam sem a
presença de Deus, a mesma pessoa que enganou, mentiu, feriu, vai fazer
novamente, as pessoas são o que fazem. O que dizem é importante, muito
importante, mas apenas se coincidir com o que fazem.
Certa vez, lembro que cheguei entusiasmada para mostrar uma varanda nova
a um amigo, a criatura olhou e disse: “pra quê investir tanto dinheiro numa coberta?”.
Hoje, para mim, essa frase é suficiente, não voltei a mostrar mais nada da
minha vida para essa pessoa. Com isso, entendi, se ela passou 20 anos numa casa
e não se esforçou para torná-la mais agradável como eu poderia esperar que a
criatura se alegrasse comigo!? Eu poderia citar inúmeros exemplos de pessoas
que já não são convidadas para serem abençoadas com uma refeição a nossa mesa simplesmente
porque quando tiveram a oportunidade, desdenharam dela e deram claros sinais de
que não conseguiam se alegrar ou compartilhar alegria conosco.
O fato é que poucas pessoas realmente ficarão felizes com suas
conquistas, por isso não deveríamos esperar que entendessem processos e circunstâncias
da nossa vida. Algumas usarão suas conquistas contra você, vou dar um exemplo:
você acorda cedo todos os dias, atravessa “rios e mares” para trabalhar duro o
dia todo, nunca tira férias, é generoso, empresta o que você nem poderia
emprestar, porém, basta fazer um passeio e ouvirá “não vou pagar, fulano; ele tá
viajando, tem dinheiro”.
Outra boa lição sobre “prestar” é
não postar o que você vive. Há coisas tão maravilhosas na vida que se você
postar, perderão o brilho, dirão que é mentira. Há coisas tão maravilhosas, que
para continuarem maravilhosas, devem ser mantidas apenas na sua lembrança. Então
faça como eu, procure “prestar”, cuide de você e da sua saúde emocional neste
setembro amarelo.
Geralmente, os que ferem, são os mesmos que acompanham sua vida nas mídias,
que entram na sua casa pela porta da frente, são os mesmos que precisam de
você, então não precisa dar mais munição para quem constantemente já dispara contra
você. O limite entre bondade e tolice é o cuidado consigo mesmo, estou
escrevendo um livro sobre esse assunto, mas o que guardei para mim e posso adiantar,
não dê segundas, terceiras chances a quem não se encontrou com Deus para mudar
de vida, observe as ações, quem ama age movido por amor, não obsessão, não
tédio, não violência, age por sacrifício, amor, apenas amor, e quem ama sabe apreciar
suas conquistas sem invejar, sem criticar, aprecia de braços abertos e se
alegra com você.
Então antes de reclamar dos
outros, faça você mesmo uma faxina no seu círculo íntimo, guarde segredo em
segredo, se você contar já não é segredo, se postar não tem mistério, segredo
é aquilo que apenas você sabe.
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