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A obra é fruto de uma vivência que ultrapassa
teorias, parte da vida pastoral e de uma postura de insubordinação à ideologia
nazista. Dietrich Bonhoeffer foi uma das vozes alemãs que não negociou suas
convicções em troca da própria vida, foi acusado de desmoralização, preso pelo
regime e enforcado no dia 09 de abril de 1945.
Para além de sua
biografia, o escrito chama a igreja cristã, seja qual for sua placa
denominacional, a ser de fato uma comunidade onde há discípulos vivendo
discipulado na presença de um Cristo vivo que ofereceu uma graça que custa
renúncia e obediência.
A primeira parte do
livro, A graça e o discipulado, é formada por 9 capítulos nos quais são
combatidas questões que lidamos ainda hoje, como o fato de a graça oferecida ao
pecador não ser suficiente para mudar-lhe a vida cotidiana, uma graça barata
que justifica o pecado sem exigir o arrependimento e mudança de comportamento.
Para o autor, o discipulado, a obediência ao evangelho, é que tem o poder de
nos revelar o Filho de Deus. (idem, p.21).
O livro está repleto
de referências bíblicas e de exemplos que precisam ser revisitamos por nós
hoje, tanto para entendermos o que significa servir a Cristo como para
entendermos nosso papel no mundo como cristãos, principalmente na comunidade que
chamamos de igreja.
Bonhoeffer, através de
sua escrita, soube como avivar o desejo de se viver uma vida verdadeiramente
cristã. Trazendo o exemplo de Lutero, que saiu do mosteiro para o mundo, ele
escreveu: “O cristão estava novamente no mundo para atacar, em uma luta corpo a
corpo”. (idem, p.24). O que significa dizer que a vida cristã em si é
obediência exclusiva aos mandamentos de Cristo, é um ataque ao mundo que obtém
consequências. Graça só pode ser recebida e compreendida como um abandono da vida
mundana em todos os sentidos: “Somente aquele que abdica de tudo que possui no
discipulado de Jesus pode dizer-se justificado apenas pela graça”. (idem,
p.27).
O autor diferencia o
discipulado verdadeiro, que é chamado irresistível, do discipulado falso,
aquele que o voluntário impõe as exigências de como vai servir. Para ele, o
discipulado é verdadeiro quando o discípulo simplesmente obedece ao chamado
abandonando tudo de sua vida pregressa, é o que significa nascer de novo, a fé
válida da salvação é a que obedece ao mandamento de Cristo, sem perguntas ou
objeções, argumentos muito diferentes dos que estamos acostumados
contemporaneamente em que o fiel impõe as regras e espera que seus desejos
sejam atendidos.
Deste modo, significa
dizer que a vida com Cristo não é uma aventura ética, o relacionamento com
Cristo no discipulado é tudo o que existe (p.50). Obediência se aprende
obedecendo, não fazendo perguntas (idem, p.53).O que nos leva a questão
seguinte: De que tipo de obediência Bonhoeffer está falando?
Segundo compreendemos,
o autor fala da simples obediência, sem misticismos, sem revelações
maravilhosas, é apenas ouvir o mandamento e obedecê-lo, considerar Cristo uma
terra firme e segura (p.55), porém não é nada simplista na medida em que
preciso compreender que ser discípulo de Cristo não é possível sem um chamado
direto, assim como não posso escolher o que devo entregar, é o Cristo que me
diz o que devo fazer, como e porquê.
São citados vários
exemplos em que cada pessoa recebe uma palavra diferente de Cristo, na verdade,
o que somos desafiados a fazer é amar a Cristo acima de tudo e acima de todos,
o que você mais ama é o que está sendo desafiado a deixar por Cristo.
Do exposto somos
levados ao tema da cruz, o que é a cruz e o que ela significa para o cristão.
Em poucas palavras e em profundas significações, a cruz não é tragédia, não é
infortúnio, não é um filho ruim ou um marido bruto, a cruz “é sofrimento
resultante da união com Cristo (...) é sofrimento próprio da existência cristã
(...) é rejeição por causa de Cristo. (idem, p.63).
A cruz é imposta ao
cristão, cada um já nasce de novo com uma cruz para levar, ajudamos aos irmãos
com suas cargas ao perdoar os pecados cometidos contra nós, assim como manda o
Senhor. É no discipulado diário com Cristo que reconhecemos nossa cruz, nossa
morte diária do velho homem. Resumo esse trecho na frase “Ser cristão é levar
fardos”. (idem, p.67). Não fardos que criamos, mas submissão aos que Cristo nos
entregou.
Nas páginas seguintes,
o autor fala com profundidade sobre a relação entre indivíduo e sociedade, que
para ele só pode existir tendo Jesus como mediador entre nós e os outros. Outra
questão tratada é o serviço cristão, para o autor, servir aos irmãos é um ato
de adoração a Deus (p.99). O Sermão no Monte (Mt.5-7) é revisitado com toda
maestria e nos chama à reconciliação com suas verdades eternas.
A segunda parte da obra é mais curta que a primeira e trata especificamente da relação entre igreja e discipulado, assuntos como a importância do batismo nas águas e o zelo pela pregação expositiva do evangelho são a base das argumentações. Apesar das críticas às igrejas da época, o autor reconhece a importância da instituição e seu papel para os cristãos, porém a razão de ser da igreja é a pregação do evangelho e a perseverança na doutrina dos apóstolos.
Os temas tratados no livro são de fundamental importância tendo em vista a relativização dos valores cristãos por aqueles que professam a religião, todos os discípulos deveriam fazer o investimento espiritual na leitura de tão rica exposição do que deveria ser obediência ao Cristo, a obra também convida todos os cristãos para serem discípulos no sentido real do termo. Compre com nosso link:https://amzn.to/3XT1fWu
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