CAMPAGNOLO, Ana Caroline. Feminismo: Perversão e subversão. Campinas, São Paulo. Editora Vide, 2019.
Do prefácio aos
agradecimentos, a obra escrita por Campagnolo traz à tona fatos que não foram
discutidos pelos “intelectuais” nas universidades, no entanto foram
apresentados como verdades absolutas pelos mesmos que se dizem relativistas e
democráticos em seus lugares de fala. Para além de um tom histórico, o livro
pode ser compreendido como um alerta contra as perversões e subversões do
movimento político e ideológico conhecido como Feminismo. Hoje se pode falar em
feminismos, no plural, porque como é demonstrado, apesar de ter várias fases e
possuir um único objetivo, o movimento não é uno, dentro do feminismo outras
pautas foram sendo alinhadas de modo que não ser feminista é algo quase
discursivamente impossível para aqueles que em tudo veem a “sagrada militância”.
Na introdução da obra,
ao contar um pouco sobre sua tradição familiar e universitária, Campagnolo
parte da realidade cotidiana vivida por milhares de famílias comuns onde existe
pai, mãe e filhos; para essas pessoas não há nenhum tipo de problema em
assumirem os papeis sociais e biológicos para os quais estão aptas. Essas
famílias só são problemáticas e alvo de ataques por movimentos ideológicos como
o Feminismo. Se você já foi ou é estudante universitário, sabe como esse
ambiente é extremamente esquerdista e por isso mesmo apartado da realidade, do
homem real, da mulher real.
No capítulo dois, a
autora apresenta razões históricas, como guerras, mudanças econômicas e sociais,
que culminaram com a entrada da mulher no mundo do trabalho fabril. O fato é
que a mulher sempre esteve inserida no mundo do trabalho, ela sempre trabalhou
no campo, com vendas, tecidos, educação, etc; porém, foi no período de
revoluções e guerras que o sexo feminino entrou no mundo do trabalho, e isso
não foi devido o movimento feminista, foi devido ao modo capitalista de
produção que não escolheu sexo ou idade, simplesmente incorporou a todos quanto
necessitou na loucura da produção de bens. E se as mulheres passaram a
trabalhar nas fábricas, paralelamente iniciou-se as lutas pelos direitos ao
voto, o que nunca foi unânime, na própria América Latina a primeira mulher a
votar não era feminista e agradeceu ao esposo pela “conquista”. Tanto
direitistas quanto esquerdistas concordavam e sabiam da necessidade crescente
da mão de obra feminina nas fábricas, contudo para as feministas esquerdistas
esse não era ainda o propósito, como bem exposto por Campagnolo, Kollontai e
Beauvoir focavam a Revolução sexual e o fim da família tradicional como forma
de libertação.
No capítulo três, na
segunda onda feminista, temos como estrela Simone Beauvoir que pôs a própria
vida devassa como um modelo a ser buscado, marionete nas mãos de Sartre e
entregue aos prazeres egoístas, não só apoiava o aborto como via na liberação
sexual a liberdade plena da mulher, que agora já não seria definida pelo sexo,
começava aí a subversão das identidades. O casamento, a família e as
identidades passaram a ser perseguidos e substituídos pelo Estado esquerdista,
pelas creches e por uma vida sexual sem nenhum compromisso com o outro. A obra
apresenta várias mulheres que sofreram nas mãos de Beauvoir e Sartre, fato
pouco comentado nos círculos onde os dois são idolatrados.
O quarto capítulo
trata da terceira onda feminista, nesse capítulo da obra somos apresentados ao
fator mais preocupante, a nosso ver, de todo o movimento que é a subversão das
identidades e do sexo. Judith Butler é a personagem central dessa teoria
perversa que tenta a todo custo atacar o feminino travestido de cuidado com as
mulheres, é nesse aspecto da obra que temos discutidas as questões da ideologia
de gênero, nas teorias de gênero ser homem ou mulher é questão de escolha, não
de biologia. Eles negam a natureza, a biologia, a constituição física, como se
fosse possível escolher ter um útero ou não, criam uma realidade paralela em
que um corpo masculino, tomado por músculos, por se sentir mulher, pode
concorrer a medalhas, inclusive ganhar a competições, em detrimento da
participação de quem por natureza não só se sente, mas é biologicamente um
corpo feminino, o que por gênero denominamos mulher.
Na leitura desse
capítulo, tomamos conhecimento das verdadeiras intenções do movimento feminista
contemporâneo que é o fim da maternidade, fim da família tradicional, total
dominação da vida pelo Estado esquerdista, padrão lésbico e homossexual como
normativos. Só podemos nos rebelar para sermos outra coisa quando sabemos o que
somos e é nisso que existe o grande paradoxo do movimento, só posso dizer que
não existe mulher ou homem frente ao que existe como homem ou mulher, daí a
negação da realidade vivida por todas as civilizações ao longo da história
humana. Recomendamos a leitura desse capítulo em especial para entender o que
se passa por trás do discurso de cuidado e garantia de direitos.
O quinto e último
capítulo é o de mais fácil entendimento, nele são demonstrados os atos de
rebelião do movimento contra toda a cultura cristã. O movimento é contrário ao
cristianismo pelos motivos óbvios apresentados em toda a obra, mas
principalmente porque tenta subverter a linguagem, a família e a maternidade,
questões caras ao cristianismo. É nesse capítulo que somos levados a refletir
sobre a autoridade simbólica dos homens, porque como já demonstrado por
inúmeras pesquisas, as mulheres é que exercem o poder prático na administração
da renda, da vida dos filhos, das escolhas cotidianas importantes às simples; o
que demonstra que o “patriarca, manipulador, homofóbico, genocida e outros
apelidos mais” só existe em grandes números na realidade “virtual” criada pelo
feminismo contemporâneo. É óbvio que existem homens que se encaixam em todas as
ofensas proferidas pelas feministas, mas não podemos esquecer, que de igual
modo, existem incontáveis mulheres para as quais é cabível as mesmas
denominações.
Conclusão
A leitura é
obrigatória para todos aqueles que duvidam daquilo que lhes é apresentado como
verdade pronta. De fácil leitura, muito informativo, qualquer pessoa pode tirar
suas conclusões para se posicionar com mais segurança neste mar de teorias que
partem de realidade muitas vezes particulares para um todo que em nada se
assemelha com o quadro de horror pintado por “intelectuais” que fazem um
desserviço à humanidade ao atacar a base da humanidade: família, religião e
identidade. A leitura também é importante porque temos no final do livro uma
lista bibliográfica muito rica para aqueles que sempre tiveram curiosidade em
conhecer autores antifeministas, mas não sabiam por onde começar.
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