Pular para o conteúdo principal

Translate

Aprendendo com a vida de Maria

 


Maria era uma mulher comum, judia por nascimento, foi dada em casamento ainda adolescente como costume da época, provavelmente nasceu por volta do ano 18 A.C., quando concebeu Jesus, devia ter entre 14 ou 15 anos. Segundo a tradição judaica, o noivado durava um ano, os noivos só podiam se ver de longe até que fossem unidos pela cerimônia de casamento. No seio da família, as mulheres eram responsáveis pela educação moral e religiosa dos filhos, bem como pelo governo da casa. Conta a tradição que Maria ficou viúva muito cedo e teria terminado seus dias de vida sob os cuidados de João, o apóstolo amado, em Éfeso, atual Turquia.

O que a Bíblia nos diz sobre a vida de Maria

Maria era uma virgem que foi escolhida por Deus para trazer ao mundo o Jesus homem (Lc. 1:27). A moça era fiel ao juramento do noivado, mas não temeu por sua vida, confiou em Deus que era poderoso para cumprir as promessas feitas independente das dificuldades que ela passaria, a jovem respondeu ao chamado divino com disposição e alegria de coração (Lc. 1:38).

A Bíblia registra que José planejou deixar Maria em segredo porque as consequências para ela seriam desastrosas (Mt. 1:18-25), ela estava grávida e o filho não era do noivo que havia contraído contrato de casamento. Ela poderia ser apedrejada por adultério, tendo em vista que já era considerada como uma mulher casada socialmente (Dt. 22:23-30). Apesar de saber disso, Maria não hesitou e o próprio Deus mandou um anjo para falar com o pai humano de Jesus.

Outra característica importante da jovem Maria, que estava grávida, é que além de procurar descanso na casa de Isabel (Lc. 1:39), ela sabia que as duas estavam alinhadas sob grandes promessas, e nada melhor que conversar e estar perto de pessoas que compartilham de nossos sonhos e lutas, pois mesmo carregando o Cristo no ventre, Maria sabia que grandes dificuldades sobreviriam sobre ela e José. Os dois tiveram que se mudar diversas vezes até que conseguiram habitar com mais tranquilidade em Nazaré (Mt. 2:23). O mais importante é que Maria creu nas palavras do Senhor e ficou perto de quem podia ajudar, de quem compreendia o que se passava (Lc. 1:45).

A mãe do Jesus homem mantinha um espírito calmo diante de Deus, guardava no coração e meditava naquilo que ainda não compreendia (Lc. 2:19, 51). Ela não murmurava, apenas aceitava as situações permitidas por Deus, quando tinha que se mudar, se mudava, quando tinha que lavar as fraldas, lavava, quando tinha que pedir favores ao filho, pedia (Jo. 2: 3-5), e assim viveu uma vida confiante diante de Deus e dos filhos de Deus. Verdadeiramente, Maria servia (Lc. 1:38).

A senhora Maria amava o filho, porém sempre aceitou o chamado dele, desde a infância de Jesus (Lc. 1: 34-35), e como toda mãe judia, foi ela quem ficou responsável pela educação do menino, não foi à toa que Deus escolheu Maria e José para a tarefa. Além de Jesus, Maria tinha outros filhos, seria difícil para um judeu do primeiro século não ter muitos filhos, e como toda judia, para ela, conceber e parir era uma benção concedida por Deus, pois a família no contexto judaico é de extrema importância e é vista como uma dádiva vinda de Javé (Mt. 13: 55-56).

O que mais gosto na história de vida de Maria é que ela viveu uma vida comum, no sentido de ser uma serva de Deus que aceitou gerar e educar, mesmo tendo dificuldades no caminho, ela cumpriu a missão junto com José. A tradição diz que Maria ficou viúva ainda cedo, no entanto, isso não a fez desistir de crer, como uma serva de Deus, ela serviu a sua família, serviu aos filhos de Deus e principalmente serviu ao salvador de sua alma. Maria deve ter sofrido muito ao ver o Cristo na cruz, só uma mãe sabe a dor de ver um filho em sofrimento mortal, mas creio que de igual modo, sentiu alegria ao vê-lo ressuscitar.

Jesus como todo bom filho, primogênito de Maria, sobe para o céu e deixa Maria aos cuidados do discípulo amado (Jo. 19: 25-27), ela não ficaria só nem desamparada, quem serve a Deus é cuidado por ele. Maria era crente e permaneceu firme em Cristo, perseverante junto à família de Deus (At. 1:14). Que sejamos mais como Maria, que sirvamos a Deus em nosso dia a dia, que sirvamos com a simplicidade de nossa existência. Lavando ou cozinhando, recebendo promessas ou fugindo da morte, que creiamos no Deus que promete e cumpre o que promete.


REFERÊNCIAS

BÍBLIA SAGRADA.

VEIGA, Edson. O que sabemos sobre Maria, mãe de Jesus. De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil. 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-62523987. Acesso em: 08 set. 2022.

 

Comentários

Seguir

Postagens mais visitadas deste blog

Aprendendo com a vida de Noemi

  “Nunca foi sorte, sempre foi Deus”. Acredito que você já ouviu essa frase diversas vezes, relacionada à realização de sonhos e conquistas. Não acredito no poder do “destino” ou do “acaso” na vida do cristão, o que há são decisões, permissão e provisão de Deus. Em seus muitos desígnios, o Senhor nos permite fazer escolhas, algumas delas estão fora dos planos que ele tem para nós, outras estão de acordo com a vontade dele, mas nenhuma dessas situações escapa da soberana mão de Deus, porque no final nossos acertos e erros não são suficientes para fazer Deus desistir do propósito. Tendo convicção dessa verdade bíblica, ao vivermos situações de conflito, sabemos que podemos falar com Deus sobre as grandes ondas que se levantam ao nosso redor. Ultimamente falo muito de perdas porque estou rodeada de pessoas que estão sendo marcadas pela partida de alguém nesta pandemia, por todos os lados há alguém vivendo um luto. Desse modo, acredito ser oportuno falar sobre a vida de Noemi, uma ...