Você já ouviu essa frase? Eu realmente acredito naquilo que ela
significa, mais cedo ou mais tarde, nossos pecados nos encontram. A humanidade
sempre viveu ciclos de crise, biblicamente, podemos constatar isso desde
Gênesis a Apocalipse, são crises econômicas, ecológicas, climáticas, sociais, e
atualmente, uma crise espiritual. Os templos estão cheios de pessoas que são
alimentadas por sermões que prometem um paraíso na terra, quando na verdade, só
conseguem atrair a ira de Deus para si mesmas.
Nesse contexto de caos, o livro poético de Lamentações parece-nos bem
familiar, Jerusalém havia sido destruída por Nabucodonosor e todos se
perguntavam onde estava Deus e por que ele permitiu tal devastação. O profeta
Jeremias, diferente dos pregadores da atualidade, conseguiu expor a verdadeira
causa de tanto sofrimento, veja o que ele diz em Lm. 3:39-40: “Como pode então o
homem reclamar quando é punido por seus erros e pecados? Esquadrinhemos,
pois, os nossos caminhos, provemo-los e retornemos rapidamente para o SENHOR!”.
Desse modo, devemos
entender que a causa de nosso sofrimento está em nossas más ações, pois pecamos
contra a natureza ao não tratá-la com a responsabilidade devida, pecamos contra
os seres humanos, dando mais valor a coisas que a pessoas, pecamos contra Deus
ao idolatrar coisas e pessoas, pecamos contra tudo aquilo que nos rodeia ao
fugirmos dos propósitos de Deus, fizemos isso no dia em que Adão pecou e
continuamos praticando os mesmos erros.
Diante de tal
cenário, deveríamos reconhecer nossa queda, deveríamos retornar para aquele que
tem poder para nos ressuscitar da morte advinda do pecado, mas ao contrário
disso, cada dia mais, vemos sermões antropocêntricos e cristãos fragilizados
espiritualmente, que sentem que não precisam mais de arrependimento, que pensam
que Deus lhes deve alguma coisa. A Bíblia fica em último no lugar nos sermões,
ou simplesmente, é lida por “costume”, parece que a exposição do evangelho não
é suficiente, que o pecador de hoje é bem superior ao pecador de antigamente,
parece que o que era errado antes, biblicamente falando, já não é mais hoje. Para
quem professa o nome de Cristo e vive em uma comunidade que anseia pela
revelação da glória de Deus em sua completude, sermões bíblicos fazem toda a
diferença.
Sobre essa situação,
vivida por muitas igrejas hoje, Spurgeon (1888) denunciava o atual estilo de
vida em seus sermões séculos atrás, veja: “A apatia está por toda parte.
Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou
falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto; só que, quanto mais curto,
melhor”. (SPURGEON, 1888 apud MACARTHUR, 1997).
Esse comentário é a
real situação de alguns que se dizem cristãos, como afirma Paulo, já não
suportam a sã doutrina, não querem nada que lhes contrariem, principalmente, se
pagam pelos sermões. Precisamos de um retorno, uma volta à simplicidade da
exposição do evangelho, nada mais que isso, aqueles que o Espírito convencer,
ficarão conosco, quanto aos que resistem, esses prestarão contas ao Senhor.
A obrigação dos pregadores não é salvar, é apenas expor o evangelho, deixa o
convencimento para Deus, só ele escolhe, chama e liberta, ninguém mais. Assim,
não importa se será hoje ou amanhã, o que nós fazemos sempre acaba batendo a
nossa porta novamente, ainda que culpemos a Deus, só estamos recebendo o que
plantamos.
Referências
MACARTHUR JR, John F. Com vergonha do evangelho: quando a igreja se torna como o mundo. São José dos Campos, São Paulo: Fiel, 1997. 287 p. Tradução: Eros Pasquini.
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