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Nossa liberdade religiosa está sendo ameaçada?

A constituição de 1988 em seu artigo 5° diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

VI -  é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias(...)”. 

Veja que o primeiro direito inviolável é o direito à vida, não precisamos ser juízes ou advogados para entender que só podemos gozar dos outros direitos se estivermos vivos, se existirmos; desse modo, o direito à vida se sobrepõe aos outros direitos.

Feitas essas considerações, observemos agora o inciso VI:

1.    Temos “(...) a liberdade de consciência e de crença”.

Em nosso país ninguém está sendo preso ou acusado de “traição” por ser cristão, podemos dizer livremente que somos cristãos, ouvir louvores em nossas casas, comprar bíblias, fazermos vídeos para o Youtube, postar em nossos perfis, escrever em nossos blogs, ou seja, estamos fazendo pleno uso de nossa liberdade de consciência, de crença, de expressão.

2.    “(...) sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos (...)”.

Apesar de vivermos uma pandemia, podemos cultuar a Deus de forma conjunta através de lives, cultos pelo google meet, os pastores não estão proibidos de visitar suas ovelhas, não estamos impedidos de ofertar, não estamos impedidos de orar, louvar, ajudar os irmãos carentes de nossa congregação, etc. É claro que é bem melhor de forma presencial, mas devemos compreender que os tempos são difíceis e acredito que nenhum pastor ou membro se sentiria feliz por se achar responsável pela contaminação de quem quer que seja. Mesmo diante de tantas dificuldades podemos cultuar a Deus livremente, o que devemos entender é que em situações em que a vida é ameaçada, o que se sobrepõe é o direito à vida, ou seja, todos devemos zelar para que o máximo de vidas sejam poupadas.

3.    “(...) e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

Essa última parte quer dizer que ninguém pode entrar em uma igreja católica e quebrar as imagens por não gostar delas, os locais de culto são protegidos; quer dizer também, que ninguém tem nada a ver com o modo como nos comportamos em nossos cultos, a não ser que isso coloque em risco a vida de alguém. Dessa forma, acredito ter ficado claro que o fechamento temporário dos templos não é uma demonstração de intolerância religiosa e nem uma ameaça a fé cristã, se vamos obedecer, aceitar, concordar, é outro assunto. 

Outras questões 

Outros fatores de indignação podem ser questionados, como a falta de responsabilidade dos partidos políticos de nosso país por terem feito carreatas na eleição passada, em novembro, não considerando nenhum protocolo de distanciamento; o fato de ônibus circularem lotados em todos os estados; o fato de bancos estarem funcionando com aglomerações de pessoas nas filas; o fato de baladas continuarem acontecendo mesmo com uma média de 4 mil mortos por dia; o fato de as pessoas estarem impedidas de trabalhar arriscando assim a sobrevivência de sua família, o fato de o governo não oferecer um auxílio que garanta a sobrevivência do trabalhador que está sendo impedido de trabalhar; o fato de os políticos aproveitarem o momento para fazer campanha para 2022, até quem estava preso mete a colher como se tivesse solução para a crise mundial; enfim, muitas outras coisas causam indignação e devem ser discutidas, reivindicadas. Agora não entendo por que a “igreja” está fazendo tanta questão de cultos presenciais como se estivéssemos impedidos de cultuar, é uma questão temporária, se passar a pandemia e não pudermos reabrir os templos, aí sim podemos dizer que a "Constituição foi rasgada" e que uma perseguição religiosa foi deflagrada contra os cristãos, por enquanto devemos evitar esses exageros. Só peço a Deus que não sobre para nós as acusações de termos cooperado para a morte de nossos próprios membros, como alguém já quis apontar. Oremos pela nação! Oremos para que o Senhor volte! Oremos pelos nossos governantes para que consigam encontrar um caminho de equilíbrio no meio dessa crise.

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