O próprio Cristo viveu em
comunidade, escolheu discípulos e edificou a igreja. Os cristãos viveram e
adoraram em comunidade no início da igreja, estavam sempre juntos: “E perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma
havia temor, (...) os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.”
(Atos 2:42-45). Precisamos
congregar porque é na vivência com o outro que partilhamos do que entendemos
ser cristianismo, precisamos ter trabalho com os irmãos e dar trabalho aos
irmãos, isso é próprio de grupos, aprendemos uns com os outros e suportamos uns
aos outros, oramos também uns pelos outros. Se você é do tipo que só ora por
sua família, ainda não compreendeu o que significa cristianismo, se é do tipo
que só ajuda sua família, ainda não entendeu o que é ser cristão, e se você é
do tipo que não cuida nem da sua família, definitivamente você não é cristão,
pois negou a fé: “Se alguém não cuida de seus parentes, e
especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.(1 Timóteo 5:8).
“A igreja somos nós!”, verdade, mas é no lidar
com o outro, na obediência à palavra, na comunhão com o pastor e irmãos que demonstramos
que tipo de igreja somos. Existem igrejas desviadas: “Deus está comigo, não
preciso de templo”. Esses não querem ser confrontados por uma palavra pastoral,
não querem intervenção em suas vidas de pecado, estão certos em tudo, não
precisam de comunhão. Existem igrejas mornas: “já freqüento aos domingos, estou
livre”; esses acham que congregar, ser cristão, é bater cartão no domingo, não
têm devocional, não têm vivência com outros cristãos. Existem igrejas que são
cristãs: “sou pequeno, sou fraquinho, mas não desisto”; esses reconhecem que
sem Cristo nada podem fazer, reconhecem que são moldados na convivência com
outros irmãos; se não suporto meu irmão de fé pelo tempo que passamos juntos,
como dizer que amo a Deus se nunca o vi? Se Cristo agisse como nós, Pedro nunca
seria apóstolo, Judas nunca seria tesoureiro, porém se colocarmos na balança
nosso próprio eu, veremos que os outros irmãos não são diferentes de nós, cometem
erros e acertos, há dias bons e ruins, possuem dívidas para pagar e uma família
para sustentar, são como nós.
Se alguém não quer
congregar, não precisa inventar pretexto, ou colocar culpa em pastores ladrões,
é só reconhecer a própria falta de cristianismo, de tolerância, de vontade em
procurar uma igreja séria, e outros motivos mais. Motivos para estar longe de
pessoas não faltam, entretanto temos um chamado de cuidar e sermos cuidados,
não por anjos, mas sim por pessoas, que com suas falhas e caráter, nos ensinarão
a sermos mais pacientes, mais tolerantes, de outro modo, precisamos ser como eremitas.
A única coisa que não devemos pensar é que no tribunal, ao qual comparecemos, qualquer
desculpa esfarrapada vai “colar”.
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