“Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo
que lhe estava proposto suportou a cruz, desprezando a afronta; e assentou-se à
destra do trono de Deus”. (Hb. 12:2)
Há dois tipos
de religiosos para os quais as coisas, geralmente, nunca foram fáceis: o
primeiro grupo é os do que creem em Deus acima de tudo e creem que Deus é fiel
para cumprir tudo o que prometeu por meio da Bíblia Sagrada (são poucos); o
outro grupo é o dos religiosos que não creem em nada, os que conhecemos como
ateus (são poucos). Para o primeiro grupo, a vida não é fácil porque assumir que
se tem fé é entregar todas as armas e viver de forma em que o mundo já não é o
fim de tudo. O segundo grupo tem uma vida difícil, porque é complicado viver segundo
o saber de que a existência não tem significado nenhum, de que nossa espécie é
decadente, caminha para o nada e tenta se salvar inventando significados
paralelos; é difícil viver de forma em que o mundo é o fim de tudo.
Eu acredito
que, se Deus não me salva, faria parte do grupo de “sábios” que pensam que não
existe vida inteligente por trás da criação; sem Deus, não há saída para se
pensar em outra coisa; sem Deus, não há necessidade de uma espiritualidade ou
explicações para o que quer que seja, porque se sabe que a vida é cega e anda
cambaleante na finitude do ser.
Quanto me
alegro em saber que Cristo me convenceu sobre Deus! Sem Cristo, jamais teria
condições de ver que para além do caos, existe algo, e que ao invés de nada,
alguns dizem não saber o por quê, há algo. Olhando para o mundo, eu realmente
não vejo razão para amarmos tanto nossas vidas, na verdade, não vejo razão para
quase nada, tudo o que temos é saber que estamos aqui e fazemos coisas ao invés
de fazermos nada.
O salmista
diz: ”Elevo os olhos para os montes de onde me virá o socorro?” sem Deus posso
olhar para o mundo e gritar pedindo socorro, porém nada tem por obrigação ou
deveria ter desejo de me responder, até podem, mas isso é relativo, depende de
quão bom alguém queira parecer e de quais motivos tem para querer fazer algo;
com Deus, eu já sei que não há motivos para fazer o que faz, a não ser porque
escolheu amar, ao invés de me condenar, ele não só tem amor, ele personifica o
amor. Mais adiante, o mesmo salmista responde: “O meu socorro vem do Senhor que
fez o céu e a terra”, isso me diz que posso ter esperança ao clamar porque não
só serei ouvida, bem como serei atendida, talvez não da maneira como gostaria, mas
haverá alguém em vez de nada. E se me perguntam por que tenho tanta certeza de
que há alguém, eu respondo que é pelos mesmos motivos, que alguém afirma ter,
para dizer que não há ninguém. O que para nós é sinal de vida, para outros é
sinal de morte.
Quando a Bíblia diz para olharmos para Jesus
que é o autor e consumador de nossa fé, isso me diz que ele fez algo em mim que
sozinha jamais poderia ter feito, minha parte agora é me manter focada no que
ele fez; não em minhas forças, não em minha pseudo sabedoria, não em meu pseudo
amor, não em minhas falhas, não em minhas qualidades. Tudo está no que ele fez
e não no que posso fazer. EU CREIO que não estamos sozinhos, e ainda que digam
que não, eu sei que verei meu redentor e que embora esteja dormindo na proa do
barco como um homem, ao se levantar acalmará as tempestades do meu coração.
Você tem essa esperança? Se arriscaria a morrer por ela?
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